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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Assim caminha a humanidade...

Pois é, 2009 vai saindo de cena, assim como naqueles antigos almanaques dos Laboratórios Fontoura que apresentava o Ano Velho saindo como um ancião magérrimo, bem desgastado pelo tempo, capenga e usando bengala (sic) com um baita saco cheio nas costas (!), marcando o fim do ano de 2009, e, o novo ano de 2010 vem chegando de mansinho, tal como um saudável bebezinho, vestindo apenas uma faixa (sic de novo), onde lá está o ano de 2010, em letras douradas, cintilantes, novinho em folha. Tudo muito sugestivo, num refinado ensaio da moderna semiótica marketeira.

O leitor amigo, não precisa fazer promessas de boas intenções para arquivá-las logo na primeira semana. Não prometa que vai deixar de fumar ou de beber ou outras coisas tais, não incomode os céus com pedidos impossíveis. Deus anda muito ocupado com as mudanças climáticas, estudando funções de variáveis muito complexas.

No Reveillon, não precisa ficar chorando arrependido pelas besteiras consumidas, o regime, nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão-de-queijo matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo, que mereça este nome, você, meu caro leitor, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu bem sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera dormente, desde sempre pelas Transformações. - Sempre !

Sobre as graves e diárias mudanças climáticas, o que poderíamos dizer a mais? A Agenda 21 que foi realizada no Rio, na ECO92, atinge a maioridade, foram 18 anos de muitas lutas, muitas discussões, injustiças, mataram a missionária Irmã Dorothy Stang de forma covarde, pararam de vender carne de Mico Leão Dourado à quilos para fazer espetinhos e a Ararinha-azul já tem seus nichos ecológicos, bem garantidos e nada mais. Mas, todavia, de pato para ganso, houve um pequeno avanço.

Quanto a Conferência de Copenhagen, um grande fiasco, com exceção dos refinados acepipes dinamarqueses, bons vinhos, champanhes, coquetéis, encontros fortuitos, aqueles fora da agenda, e outros que tais e nada mais.

Com rigor, a polícia desceu o cassetete generosamente nos manifestantes, de forma ampla, geral e irrestrita. Como de costume, houve choro e dentes trincados. Nas delegacias, muita discussão, muitas colocações, poucas anuências e nada mais.

No Plenário da Conferência, era como todos falassem vários idiomas simultaneamente, sem contar com serviços de tradução, uma Tôrre de Babel, um charivari daqueles. Era algo assim, digamos, como todos estivessem tentando resolver a conjectura de Poincarè, por telefone celular, no idioma javanês.

Descarbonizar o planeta, é algo tão complexo, que poderíamos fazer uma analogia em recolocar no frasco um perfume spray, que já foi utilizado nos últimos 200 anos. Não existe uma solução simples para problemas tão complexos assim, e estas soluções jamais seriam acordadas em uma Conferência, estas soluções permanecem dormentes nas pranchetas, nas provetas, nos projetos de tecnologias brandas, aguardando o seu momento.

São milhares de soluções que precisam ser tomadas, gradualmente, pelos quase 7 bilhões de habitantes do Planeta Terra. Mudanças culturais, volitivas, sociais, financeiras, tecnológicas, nos Transportes, nas Transferência de Massa e de Energia, precisaríamos mudar profundamente o nosso atual modus vivendi. E, mesmo assim, talvez, o Planeta nunca mais volte a ter a mesmas condições atmosféricas e climáticas que já teve há 200 anos atrás.

Todavia, tem muita gente que gosta e lucra com o atual modelo linear que vivemos, o modelo cíclico vem se estabelecendo, bem devagar, bem devagarzinho, bem de mansinho, mas tenham Fé, ele vem vindo... Assim como naquele samba, do Martinho da Vila : é devagar... é devagar...

Assim caminha a humanidade, muito sem gosto e muito sem vontade, mas as mudanças, das Transformações necessárias, algumas já podem ser avistadas ao longo dos mares distantes, com o auxílio de satélites, e à passos de cágado, ainda chegaremos lá, e esperamos que ainda haja alguma coisa à preservar por lá. Mas manteremos a Fé e a Esperança em 2010, que não costumam falhar, segundo Gil.

Como o amigo leitor pode observar, nestas modestas reflexões, nada tem a ver com o filme do ator James Dean, 'Giant' onde contracenou com a bela e formosa atriz Elizabeth Taylor, a mulher mais linda do século passado, tinha olhos cor de violeta. Somente aparece uma vez, a cada século, mulheres como a Liz Taylor. Hoje em dia, está convalescente em cadeira de rodas, e também o ator, o então rochoso, Rocky Hudson, que morreu de Aids em ‘85, contracenaram muito bem em ‘53. Mas, James Dean, voando com seu automóvel como um carcará, acabou lançando o seu possante Aston Martin, sem freios a disco com ABS, sem Air Bag num profundo precipício, para nunca mais.

E assim, dramaticamente, vamos encerrando esta complicada crônica, junto com 2009, um ano deveras complicado também, como o Batman, que sai de cena no lamento imperceptível, de alguém que perdeu no jogo para o Coringa, enquanto a banda de música do Cassino Royale vai baixando, baixando de tom e nada mais.

Feliz 2010 !