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domingo, 16 de dezembro de 2007

A Ecologia Urbana 2ª Parte

As áreas verdes das florestas urbanas ou periféricas, os parques, jardins e arborização de rua são indispensáveis para um ambiente urbano sadio. A preservação do verde urbano não é uma questão de mantê-lo intocável, mas seu uso e aproveitamento racional dependem de projetos arquitetônicos adequados a cada cidade.
O verde, quando “selvagem” no espaço urbano, é de extrema vulnerabilidade. A não utilização do verde como áreas de preservação ambiental, o expõem às ocupações irregulares e às invasões ou transforma-o em local de despejos, vazadouro de lixo e entulhos da construção civil.
A existência de um sistema integrado de parques, corredores verdes, bacias de acumulação de águas pluviais dotadas de vegetação compatível à flora local e áreas livres de impermeabilização, são muito importantes para uma boa qualidade de vida nas cidades.
A prevenção das inundações e desmoronamentos - cada dia mais freqüentes por falta de um Planejamento Urbano eficiente - deverá ser fruto da valorização do trabalho dos engenheiros, arquitetos e geólogos.
A arborização das ruas e avenidas, parte mais vulnerável do ecossistema urbano, tem um papel indispensável na mitigação do calor, da poluição do ar e sonora. A proteção e o manejo da arborização pública é um dos grandes desafios de Ecologia Urbana. Portanto o projeto de um viveiro de mudas é de fundamental importância para todas as Prefeituras Municipais.
É preciso reflorestar as áreas desmatadas ou degradadas nas encostas, faixas marginais de proteção de lagoas, rios e canais, áreas de mangue e restingas, sempre que possível através de mecanismos que mobilizem as comunidades em programas de Educação Ambiental. Observamos costantemente em diversas cidades manifestações de cidadania dos moradores com as cidades constantemente inundadas pelas enxurradas de verão, porém é necessário enfatizar a necessidade do "Planejamento Urbano" para evitar estes tristes episódios. A correta arborização das margens dos rios para evitar estes acidentes cada vez mais comuns nas estações de chuvas, é uma medida preventiva eficaz. As matas ciliares, tem a função de contenção das enxurradas e minimiza os efeitos do transbordo dos rios de seus leitos naturais. São de extrema importância para a manutenção da qualidade das águas, controle do regime hídrico, redução da erosão nas margens ribeirinhas, manutenção da fauna ictiológica com aumento da oferta de pescados e melhoria dos aspectos paisagísticos. Entretanto, principalmente nas áreas mais populosas do Brasil, as matas ciliares estão drasticamente reduzidas e, quando presentes, estão bastante perturbadas por assentamentos irregulares.
É necessário tirar do papel e implantar efetivamente as unidades de conservação urbanas que devem ser demarcadas, sinalizadas, protegidas e dotadas de infra-estrutura. É fundamental estabelecer parcerias com ONG´s, empresas privadas para sua implantação e conservação. A proteção e o manejo adequado da arborização das vias públicas assegura a sobrevivência e o desenvolvimento das espécies plantadas ultrapasse amplamente as perdas inevitáveis dentro de um cronograma gradual e cuidadoso. O tratamento das espécies doentes e uma política de podas cuidadosa e apropriada junto com as Concessionárias de Energia Elétrica, a COPEL fazem parte do programa de Ecologia Urbana.
O urbanismo “verde” que concebe cidades como parte da natureza que a cerca, com espaços democráticos de integração social e solidariedade, considera as vias públicas como locais privilegiados de convívio. Assim, a implementação da “Agenda 21” no plano local passará a ser um mecanismo de ação efetiva dos programas ambientais de sustentabilidade.


Ernesto Ubiratan Marchiori é
Engenheiro, Escritor e Fotógrafo.
Foi candidato a Vereador pelo Partido Verde em 2004

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