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sábado, 2 de agosto de 2008

Economia versus Ecologia

Hoje, 2 de Agosto de 2008, Lua Nova, muito adequada para uma revisão da matéria dos conflitos entre a Economia e a Ecologia, procurarei ser sucinto e breve, pois o tema poderia render muitas teses e antíteses também. Os problemas ambientais são decorrentes da relação competitiva "homem versus homem", a luta pela sobrevivência no Capitalismo do Século 21, o homem como predador do homem, segundo previa o seu Carlos Marques (ou Karl Marx se preferir). Não existe a menor possibilidade, como se pensava da relação harmônica do "Homem tentando controlar o Clima e o Meio Ambiente". Os fatores que levam ao desequilíbrio ambiental são a má distribuição de renda, o excesso de população, (de consumidores potenciais), ocasionando a escassez de água pura, de ar puro, de solos agricultáveis não degradados e conseqüentemente, a perda da biodiversidade e a carestia dos alimentos. Mas, vejamos algumas considerações sobre a Teoria de Base da Economia, segundo alguns grandes economistas:

Paul A. Samuelson : A economia é a ciência que se preocupa com o estudo das leis econômicas indicadoras do caminho que deve ser seguido para que seja mantida em nível elevado a produtividade , melhorando o padrão de vida das populações e empregando corretamente os recursos escassos.
Raimond Barre : A economia é uma ciência voltada para a administração dos escassos recursos das sociedades humanas : Ela estuda as formas assumidas pelo comportamento humano na disposição onerosa do mundo exterior em decorrência da tensão existente entre desejos ilimitados e os meios limitados dos agentes da atividade econômica.
Stonier e Hague: Não houvesse escassez nem necessidade de repartir os bens entre os homens , não existiriam tampouco Sistemas Econômicos nem Economia,pois a Economia é , fundamentalmente , o estudo da escassez e dos problemas dela decorrente. Por outro lado é contraditório porque a riqueza de uma sociedade não é a escassez dos bens que dispõem. A riqueza necessariamente é abundância.
A Ecologia, segundo Walras e Stuart Mill , Economista criador da Teoria do Equilíbrio , dizia claramente que a água quando abundante na beira do lago não é riqueza , já que não tem valor. Quando poluída passa a ter valor econômico , que o diga a equipe da CETESB que estão tentando despolir o Rio Tietê ao custo estimado de 5 bilhões de dólares segundo o Banco Mundial.
John Stuart Mill : Um dos maiores economistas disse a mesma coisa quanto AR PURO , gratuito , proporcionado pela natureza não é riqueza , se tivermos que trabalhar para faze-lo novamente puro, terá se tornado riqueza. Vejamos os sistema de revezamentos, restrições no trânsito durante inverno em São Paulo. Ar de baixa qualidade é muito caro torna-lo puro novamente. Partindo destas premissas, devemos motivar e apoiar campanha de preservação do ar enquanto ainda puro e respirável, tais como : As que priorizem o uso do transporte coletivo ao invés do uso individual do automóvel. As iniciativas que priorizem os trabalhos domésticos, sempre que possível, evitando os deslocamentos desnecessários, utilizando a Internet.
Campanhas de incentivo ao transporte solidário, usando os automóveis na sua capacidade máxima de transporte. Eliminar o uso do Chumbo-Tetra-Etila no óleo diesel, incentivar as pesquisas do bio-diesel, tais como o óleo de mamona, pinhão manso entre outras. Incentivar o uso do Álcool Etílico como combustível de origem renovável, mas sempre melhororando a condição sócio-econômica da sofrida classe trabalhadora dos cortadores de cana, caso contrário somente agravaria a situação da disponibilidade de alimentos. Fiscalização intensa da qualidade dos combustíveis derivados de petróleo, cada dia mais adulterados, aplicar multas crescentes. Monitoramento da qualidade do ar, através dos teores de Ozônio, Monóxido de Carbono e Hidrocarbonetos e Óxidos Nitrosos nas Capitais. Leis obrigando as Motocicletas a terem catalisadores e injeção de combustíveis, pois poluem proporcionalmente muito mais que os automóveis. Exigir produtos, móveis, carros, eletrodomésticos de qualidade, visando sua longevidade e, consequentemente, diminuição do lixo. Aplicar a Economia Cíclica nos Reflorestamentos, criando novas florestas nas áreas degradadas. Manejo do gado confinado para diminuir as pastagens. Adotar uma política ambiental dos 4 R's - Reciclar, Reusar, Rejeitar, Reduzir, aonde forem aplicáveis, etc. Concluímos que a Economia é uma ciência que estuda a escassez e nela se fundamenta, enquanto que a Ecologia é uma ciência que estuda a abundância dos ecossistemas , as cadeias alimentares complexas , os biomas , e as interferências do homem sobre o meio ambiente. O capitalismo é um modelo essencialmente instável e no século 21 terá novas instabilidades como os mercados de riscos cada dia mais voláteis devido à velocidade dos investimentos especulativos globalizados e as mudanças globais do clima. Os ambientalistas propõem um modelo que respeita os limites ambientais, não podemos esquecer que o capitalismo esta fundamentado na valorização da escassez e no excesso de consumidores. A Economia Linear baseada no Pensamento Linear , prega o crescimento ilimitado da produção; este modelo começa apresentar sinais claros de insustentabilidade e de saturação. Como proposta alternativa, a Economia Cíclica, propõem uma mudança do pensamento linear, mecanicista, ou cartesiano, para uma visão holística, fundamentada em valores humanos, com mudança nas leis de mercado, visando acompanhar o Ciclo de Vida Útil dos materiais, produtos e serviços. O Modelo Cíclico adota o Imposto Ambiental Único, como forma de incentivar a transferência de investimento do setor produtivo, que estão represados na acumulação capitalista para o setor das reciclagens. Economizar sim, em materias primas, produtos acabados, no consumo de energia, mas não na qualidade de vida das pessoas. Os ganhos com produtividade já excederam os limites do bom senso, agora já é hora de investir mais no elemento humano. Muitos exemplos podem ser estudados, comparando-se as funções lineares tipo "y=ax+b" com as funções senoidais tipo "y=seno(x)+ k", aplicadas na produção de automóveis, pneus, sucatas metálicas, baterias, tratamento de água, saneamento, reflorestamentos entre muitos outros. É necessário sempre buscar uma visão sistêmica dos processos industriais, uma visão de fluxos de materiais de energias e de movimentos, valorizar muito os princípios da Logística. Como as leis de mercado poderão facilitar a implantação destes mecanismos de eliminaçao do Lixo no mundo capitalista, é um grande desafio, afinal a poluição, o lixo industrial, o lixo de origem antrópica , nada mais é do que materiais fora de lugar; materiais desperdiçados. O Congresso Nacional poderia estudar as aplicações da Lei de Lavoisier com seus múltiplos desdobramentos sociais e econômicos, além das melhorias ambientais significativas. Na natureza nada se cria nada se perde, tudo se transforma... enquanto que no mundo da política "nada se cria, tudo se perde e nada se transforma ".

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