Quanto ao balanço de energia, o petróleo que estava repousando em jazimentos profundos há milhões de anos, ou quem sabe, bilhões de anos, foi bombeado à superfície, refinado, passou por craqueamento, foi distribuído para ser queimado nos automóveis. Fazendo os cálculos da variação das Entalpias de Formação (DH0 298) e a Entalpia de Combustão obteremos aproximadamente 7500 kcal/l, (uma reação exotérmica teórica de 7440 kcal/l.)
Mas, destas 7500 kcal/l, somente de 30% a 35% será convertido em “Energia Motriz Líquida” de 4875 a 5250 Kilocalorias por litro são perdidas principalmente na forma de calor para a atmosfera e, atritos, som ou em rápidas deformações momentâneas, as colisões. Mas, a principal fração é na degradação térmica, conforme a segunda Lei da Termodinâmica, que já foi explicada em textos anteriores, a Lei da Entropia S=K.Ln(w), onde ‘w’ é o parâmetro de desordem de um sistema fechado, a Terra, que quase não troca massa e energia com o Universo aberto, acima de 118km. A medida que subimos a atmosfera a temperatura decresce até menos -56,5 ºC. Sabendo-se que na tropopausa a temperatura diminui 0,65ºC/100m a 11.000 a temperatura é constante de -56,5 ºC. Exemplo 11000m/100=110x0,65=15-71,50=-56,5 ºC cqd. (pagina 20).
Portanto, o universo dos eventos físico-químicos ocorrem na superfície da Terra até a Altura da Camada de Mistura da Atmosfera. Este calor volta para a terra na forma de aquecimento dos mares, derretimento das calotas polares e uma pequena fração, absorvida pela superfícies mais frias, mas toda esta energia queimada em combustão diversas, volta necessariamente na forma de raios, em grande quantidade (!) de tornados, tufões, tsunamis, entre outras formas de estabilização energética, além das chuvas em grande quantidade também, haja vista as suas conseqüências que assistimos. A superfície terrestre tem um papel pequeno na absorção de calor porque todo o calor recebido durante o dia pela terra, rochas, superfícies asfaltadas ou de concreto passa a ser o calor cedido durante a noite, num balanço térmico, é quase nulo. A cada 32 metros de profundidade da crosta terrestre a temperatura aumenta cerca de 1°C, é o então chamado ‘grau geotérmico’ e, a medida que avançamos para o centro da Terra a temperatura sobe até mais de 5000 ºC.
Segundo a Termodinâmica, a quantidade de calor liberada em um litro de gasolina queimada é suficiente para derreter 89,28kg de gelo, considerando uma Máquina Térmica Perfeita. São quase 90 kilogramas de gelo, segundo a variação das Entalpias dos Reagentes e dos Produtos da reação.
A atmosfera, segundo os últimos estudos, tem alguns gases até 118km de altura, depois é muito rarefeita, quase um vácuo. Ela sempre funcionou como um enorme amortecedor das atividades antrópicas, aquelas causadas pelo homem. Para exemplificar, o amigo leitor poderá pegar um amortecedor de automóvel, novo em folha, tente abrir e fechar, é uma operação bem difícil. Agora, pegue uma amortecedor vencido, com mais de digamos, 60 mil kilómetros, ele abre e fecha com bastante facilidade. Da forma análoga podemos imaginar o funcionamento da atmosfera saturada de poluentes e vapor de água, onde os fenômenos ocorrem segundo (sic) a segunda lei a Termodinâmica, S=k.Ln.(w) . Todavia estamos tratando de uma escala logarítmica, em que os fenômenos demoraram séculos para saturarem a atmosfera fora do seu antigo ponto de equilíbrio termodinâmico e de massas. Considerando o marco zero, antes do início da Revolução Industrial, há uns 200 anos atrás. Portanto é muito provável que tenhamos precipitações meteóricas violentas, de forma cada vez mais freqüentes, nevascas intensas, e aumento da temperatura dos locais que já eram quentes e aumento das desertificações.
Daqui em diante, os valores de vapor de água e dióxido de carbono oriundos do petróleo e de outras combustões como a queima de florestas, coque, hulha, entre outros, foram o suficiente para modificar o clima de forma substancial e contínua segunda a Equação da Entropia onde os fenômenos poderão ser acelerados de forma Logarítmica, no que tange ao parâmetro de desordem do sistema, é a estabilização da energia já adicionada no sistema fechado, retornando a um estado de Energia Interna, ou a Energia de Gibbis, buscando um patamar energético mais baixo. A Energia Total das Combustões não poderá ser destruída, apenas Transformada, é preciso ter uma compreensão rigorosa destes fenômenos de forma sistêmica e integral.
Quanto a imensa Transferência de Massa que ocorreu no último século, dos jazimentos profundos de petróleo e gás, para a superfície, podem ocorrer uma repentina acomodação das placas tectônicas nas proximidades dos grandes campos de petróleo em plataformas off-shore, haja vista que o Haiti está relativamente próximo dos grandes campos de extração petrolífera off shore do Golfo do México, onde ocorre o contínuo esvaziamento volumétrico de petróleo e do gás, e poderá haver um novo assentamento das camadas rochosas devido o rebaixamento das pressões internas no interior da Terra. De forma muito semelhante, acontece com as dolinas ou vossorocas quando ocorre o intenso bombeamento de águas subterrâneas de aqüiferos do tipo karst, como observamos com freqüência nos municípios de Colombo e Almirante Tamandaré no Estado do Paraná. Estes são custos ambientais e humanos do insustentável modelo de desenvolvimento tecnológico adotado no século XX.
Eu bem sei, que todas as explicações apresentadas aqui, em nada ajudam os que perderam seus entes queridos ou todos os seus bens materiais, nestes últimos eventos metereológicos que marcaram o início do ano de 2010 em Angra dos Reis, e nas milhares de vítimas do Haiti, os meus sinceros sentimentos.
Mas, acreditar que as coisas vão melhorar e ignorar o enorme passivo ambiental dos últimos cento e trinta anos é algo ingênuo e irresponsável. Olhando na linha do tempo dos acidentes de final de ano e verão, teremos 2008 em Santa Catarina e muitos outros. Se nada for feito para mudar este estado de coisas, é possível que 2010, 2011, 2012, sejam muito similares e até com fenômenos mais intensos e graves do que 2008, 2001, 1962, 1957...
O que se pode concluir, é que rigorosamente estamos passando por um processo de estabilização, onde ocorrerá intensa transferência de massa e de energia até um ponto de estabilização num patamar menor, mas no primeiro instante, haverá intensificação destes fenômenos acumulados. Para os que desejarem maiores aprofundamentos nestes assuntos, recomendo as bibliografia abaixo.
Jack Holman's Books - "Heat Transfer"
Arigelinda Pereira da Costa / Paulo César Welerson de Albuquerque UFRRJ – Quimica Geral – páginas 210 a 221.
Meteorologia para Aviação de Luiz Mendes Antas e Darcy Banci, página 20 até 60.
Fundamentals of Stack Gas Dispersion, Milton R. Beychok. 3rd Edition 1994
Chapter 1 Atmospheric Parameters.
Decifrando a Terra - Wilson Teixeira et al. - Oficina de Textos USP, Capítulo 3 Sismicidade e Estrutura Interna da Terra. Capítulo 7 - Ciclo da água, água subterrânea e sua ação geológica.
O Enigma da Terra - Stephane Groueff - Direção de Raymond Cartier - Editora Primor Capítulo 10 - Os tremores da Terra : Uma Terrificante Matéria de Estudos. Capítulo 11 Uma janela para o interior da Terra, o Sismógrafo.
U.S. Department of Energy, Energy Information Administration, International Petroleum Monthly, February 2009. Additional resources: www.eia.doe.gov
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