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quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Crise Energética e a Informática

Acidente de Chernobyl - 27 de Abril de 1986





Com exceção da Energia Solar, as fontes energéticas do mundo são limitadas, finitas, e oferecem riscos, sempre.
Ninguém saberá quantificar exatamente as reservas energéticas que ainda restam, mas as previsões pessimistas dizem que os jazimentos de carvão são suficientes para mais 450 anos, gás natural para mais 50 anos e a extração de petróleo para mais 30 anos. Obviamente nós precisamos agir rapidamente em diversas frentes de pesquisas, principalmente em O&M.





Os combustíveis fósseis estão sendo exauridos rapidamente e oferecem diversos riscos ao meio ambiente. É altamente trágico que estamos a gastar energias de fontes fósseis para gerar energia elétrica. Os produtos possíveis de serem produzidos com a petroquímica são de uma ampla gama de aplicações, e a queima de forma linear de combustíveis faz a nossa atual civilização ser totalmente escrava do uso de hidrocarbonetos. Se não começarmos agir agora, para mudar este quadro de agressão ao meio ambiente, talvez as ações sejam tardias quando forem idealizadas dentro dos velhos conceitos econômicos. Não há vontade de mudanças.











O colapso da plataforma de petróleo da British Petroleum no Golfo do México é um grave acidente ambiental, que talvez nem tenha preço há ser recompensado. É bom lembrar quantas conseqüências o petroleiro Exxon Valdez causou no Estado do Alaska em 1989, são acidentes incomensuráveis em seus efeitos de longo prazo.










A geração de Energia Nuclear nos traz a lembrança do gravíssimo acidente de Chernobyl na Ucrânia e o de Three Mile Island na Pensilvânia nos EUA. Todavia, acidentes menores, ou quase acidentes são registrados mensalmente em um site do Greenpeace. Houve diversas conseqüências nestes acidentes, mutações genéticas, solos deteriorados, baixa qualidade de vida nas vizinhanças destas cidades, populações assustadas com a operação destas Usinas Nucleares.
A exploração de Carvão em grande escala, como é feita na China, também traz sérios problemas ambientais. Graves acidentes com soterramento de muitos trabalhadores nas minas subterrâneas, muitas vidas são perdidas anualmente nestas atividades minerarias, além de provocar soluções ácidas como subprodutos do carvão com alto teor de Enxofre, e chuvas ácidas após a sua queima.











As tecnologias brandas, como a energia solar, eólica, das marés, das ondas, são muito positivas, mas tem o problema da sua intermitência, a necessidade do seu armazenamento em corrente contínua em baterias enormes e posterior conversão em energia alternada. Ainda são tecnologias que precisam melhorar sua eficiência e o seu potencial. A forma menos nociva ao meio ambiente de geração energética é a gás conjuntamente as usinas hidroelétricas, pois a geração das usinas hidroelétrica exige estabilidade do clima, para que as chuvas nas cabeceiras das nascentes dos rios garantam os volumes nos reservatórios. O ciclo das águas e a estabilidade do clima estão diretamente relacionados com a estabilidade do sistema de geração hidroelétrica, fato que não podemos contar, estabilidade climática é algo cada vez menos estável. O corte contínuo de matas ciliares e florestas altera o ciclo das águas de forma substancial, e a garantia de geração nestes casos, é feita com as termoelétricas à gás.











Por outro lado, a Geração de Eletricidade Geotérmica é uma alternativa muito positiva que não está sendo viabilizada onde esta seria possível. No Hawaii existe a geração de energia elétrica proveniente das águas profundas nas imediações do vulcão Kilauea há quase um século. Assim como na Itália e na Islândia, e na Alemanha, esta tecnologia é muito bem dominada, e os riscos são menores do que outras modalidades de geração energética.






É importante salientar que não existem métodos 100% seguro de geração energética em grandes quantidades. A França possui 59 reatores Nucleares, e até hoje, felizmente, o seu gerenciamento tem sido muito bem feito. A Inglaterra tem 26 reatores nucleares que possivelmente serão desativados para buscar modalidades menos nocivas. É importante enfatizar que não existem máquinas perfeitas, máquinas sempre falham e os riscos são inerentes à estas atividades.










Pesquisas sobre a eliminação do Lixo deverá andar pari passo com a geração de calor para gerar eletricidade através da queima do lixo. A acumulação do Lixo em aterros sanitários vem trazendo complicações para manter a qualidade das águas subterrâneas e não comprometer os lençóis freáticos, além da deterioração dos solos.









No Equador, existem muitos vulcões em atividade que viabilizariam estudos de geração geotérmica, e sair lentamente da escravidão dos hidrocarbonetos. O homem há milhares de anos atrás saiu da era neolítica e passou para a era do bronze, não por falta de pedras, mas pelas qualidades do bronze. Teremos que sair desta rota com um redirecionamento, ao invés da química do carbono, investir na química do silício, germânio, selênio, lítio, etc.















Nos não podemos viver sem eletricidade, seria um retrocesso muito grande, pensar que as tecnologias brandas poderão suprir as necessidades das grandes cidades já existentes. Se não tivermos eletricidade, não haverá iluminação, aquecimento, sem transportes dos trens elétricos, sem rádio, TV, Internet, nossa civilização é totalmente dependente da energia elétrica, mas não necessariamente dos hidrocarbonetos. Vamos imaginar as milhares de aplicação da Energia Elétrica em nosso cotidiano, sem ela, seguramente voltaríamos à idade da pedra.











Vejo com muito bons olhos os carros elétricos, as baterias de Lítio de alta capacidade, onde a tecnologia de fabricação destas, podem ser uma alternativa de produção para países como a Bolívia, Chile, Argentina, que possuem ricos jazimentos deste elemento nos seus salares.
Todavia, é necessário uma sólida geração de energia elétrica para carregar todas estas baterias, matéria sobre o assunto já foi publicada na revista The Economist. Soluções existem, porém não se sai de um modelo secularmente sedimentado e bem dominado para outro em que os riscos imediatos são maiores do que o já conhecido, mas as evidências ambientais estão a mostrar a necessidade de modelos alternativos em que possamos ter uma boa qualidade de vida.











O Kanji, a linguagem de Cathai, a antiga China, o ideograma de ‘Crise’ tem a simbologia invertida de 'oportunidades'. Na filosofia do taoísmo, não há crise sem uma renovação e uma oportunidade de bons negócios. Por exemplo, na década de 80 houve um forte terremoto em Kobe no Japão que devastou importantes segmentos de transportes, como pontes, viadutos, mas a Engenharia Civil, que estava passando por uma dura fase de falta de serviços naquela região, houve uma reativação deste setor da construção civil. O importante é não perder a visão sistêmica de como e os porquês os fenômenos ocorrem. Visões apocalípticas em nada ajudam a ter uma boa visão de sistemas integrados.








Na década de 70 houve um grande avanço da Informática, e posteriormente a grande popularização dos micro-computadores, então os mainframes foram meio que deixado de lado. Hoje os equipamentos são muito melhores, mas as aplicações pioraram. A Internet não está sendo usada para diminuir os processos burocráticos, ou para diminuir a circulação de veículos de forma eficaz. Não consigo imaginar uma pessoa que usa o transporte individual para ir ao trabalho, preencher uma planilha, fazer um relatório, elaborar um processo jurídico, ou milhares de outras atividades que evite a circulação desnecessária de veículos. Ao invés do transporte da matéria, a transferência de dados, através dos elétrons nas fibras óticas, cabos de conexão de Internet de alta velocidade. A IBM, a Microsoft, Intel, AMD, empresas sempre de vanguarda, parece que se acomodaram no campo das idéias novas. Os poderosos mainframes são subutilizados em uma imensidão de serviços públicos, jurídicos, cartoriais, eleitorais, existem milhões de aplicações que poderiam ser desenvolvidas, mas curiosamente a informática trouxe um aumento extraordinário no consumo de papel e de burocracias que poderiam ser desviadas através do uso racional dos computadores. É difícil de acreditar num futuro positivo quando todos os jovens desejam fazer uma faculdade de Direito para prestar concurso público na burocracia Estatal. Poucos, muito poucos querem ser empresários ou se dedicar às ciências exatas e tecnológicas, falta médicos e sobram advogados. Um problema bastante complexo.






Houve algum avanço, sem dúvidas, mas muito lento, o homem ainda está apegado a tirar cópias de tudo, uma coisa insanável. É incrível, mas na área de O&M, os programas dos anos 70 e 80 eram muito melhores do que hoje. Programas enxutos, sem firulas, sem senhas, códigos de segurança totalmente injustificáveis. As máquinas melhoraram muito, mas as aplicações, ainda ficam muitíssimas a desejar. Quem iniciou com os processadores AT80286, AT80386 e usava estes pequenos processadores para desenvolver programas com matrizes inversas, sistemas de equações simultâneas, coisas muito interessantes, redes PERT-COM.







Um dos maiores erros do Congresso Americano, foi deixar a Microsoft sem concorrência, todas as suas concorrentes foram sendo aniquiladas, como a ótima planilha da Lotus 1,2,3, o banco de dados Dbase, o editor Wordstar. O monopólio da Microsoft em sistema operacionais foi um atraso nesta evolução. A Microsoft produz programas cheios de coisas inúteis, sempre demorados downloads de atualização, vírus, anti-virus, vacinas, quarentenas, programas instáveis que sempre travam, (system hang), um absurdo de arquivos de extensão DLL. É inaceitável esta história de Vírus que corrompem o sistema operacional, e o raciocínio final, na aplicação, ficou em segundo plano.







Usar o Windows é algo muito semelhante a um sujeito que te pede carona, mas quer ir dirigindo o seu carro e da sua maneira. Defendo com veemência sistemas abertos, como o Obuntu, do Linux, apesar dos conflitos, o Unix, e o sistema VMS da IBM para serviços corporativos tem o seu valor também. Voltemos à economia de energia, não derivando do assunto inicial, a questão energética poderia ser auxiliada de forma extraordinária com o bom uso dos computadores, bons programas, integração de dados, com conectividades mais fáceis, acabar definitivamente com esta firula de Vírus. Tudo isto parece que está para vir numa próxima geração de uso da Internet em aplicações realmente úteis no cotidiano.



P.S. - Softwares must be `user friendly´, not `user enemy´.

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