Acompanho a história do futebol desde o primeiro campeonato de 1958, tenho uma fotografia com uma camisetinha da seleção, é bem verdade que ainda usava fraldas, então. Em 1962 tínhamos uma TV preta e branca, porém a quantidade de chuvisco impedia acompanhar a trajetória da bola e restou uma vaga lembrança e nada mais. Em 1970 lembro muito bem do jingle, eram 90 milhões em ação, prá frente Brasil, salve a Seleção... Muito legal mesmo, o Pelé foi genial, sem dúvidas foi a melhor seleção de todos os tempos, inesquecível o Jingle do México “Echole Jalisco, Guadalajara, Guadalajara!” Nunca me esquecerei o Jingle do querido México.
Também nunca entendi direito como é o processo de escolha da seleção, vão buscar jogadores brasileiros que estão a jogar em times de Burkina Faso, em Trinidad e Tobago, no Quênia e em Gana, é claro, além do tradicional Milan e no Chelsea. Para mim, que pouco ou quase nada entendo de futebol, a seleção deveria ser o time Vencedor do Campeonato Brasileiro da Série “A”, o Brasileirão. Por exemplo, se a escalação fosse hoje o time do Ceará seria a seleção, na sua integralidade, todinha, com o técnico, massagistas e assistentes e mascotes e tudo mais. Com o direito de buscar, no time que se classificou em segundo lugar um reforço estratégico, se preciso for, no caso o Corinthians e aí estaria formada uma seleção que realmente “fez por merecer” o nome de “Seleção”. Este grupo de jogadores do Ceará está jogando conjuntamente desde o início do campeonato e melhor se apresentou no certame. Tudo prata da casa, nada de gente que está fora do Brasil há anos, já tem filhos e cidadania no exterior. Evitaria problemas de dispensa, fusos horários, mulheres e filhos saudosos, talvez até ficasse mais em conta, economizando um bom dinheiro para a CBF.
Está faltando um bom jingle para esta nossa Seleção do Dunga, que também é muito boa, a qual desejo a todos sorte, sucesso, saúde e glórias. Mas onde está o Jingle? Pergunto aos meus botões. Naquela época em 1970, éramos 90 milhões em ação, agora somos uns 193, 732 milhões, sem contar os que nasceram nesta madrugada. Somamos mais de 100 milhões, quarenta anos após o sucesso de 1970, mostrando que somos bons em futebol, com o pentacampeonato, na geração de Kilowatts e na geração de lindos pimpolhos, brasileirinhos e brasileirinhas também. São mais de 2,5 milhões de brasileiros ao ano, logo a cada quatro anos, gera-se dentro das Terras Brasilis uma população de Portugal, frutos desta disposição, o Brasil passou a ser um grande exportador de brasileiros também. Somente em Terras Lusas, temos 550 mil de brasileiros a mourejar.
Mas voltemos ao assunto que intitula esta modesta crônica, “Jingles”, passou a ser um problema para as seleções, na África do Sul. País de grandes guerreiros, de Mandela, vitorioso nas lutas contra o Apartheid, estão a implicar com a música Waka Waka cantado pela bela, formosa e dadivosa cantora colombiana a Shakira... Ora pois, para melhor abrilhantar a seleção, o nativo sul africano acha que a música da seleção deveria ser cantada por um cantor nacional. Informo que aqui no Brasil temos bons músicos e gente capacitada para a produção de Jingles de todos os tipos para todos os eventos. Afinal de contas, somos um país exportador de gentes que produzem Jingles também.
Atualmente estamos vivendo a era do Marketing Incisivo, do tipo assim: “Pamonha, Pamonha, Pamonha, se você não assinar esta TV digital, neste plano tal, você é um Pamonha, Pamonha, Pamonha”... Muito sutil este Jingle.
Também tem o “Carro dos Sonhos”, sempre a passar durante a semana e eu a assistir da janela, como um personagem de Fernando Pessoa, sem metafísica nenhuma. “Olha o sonho bem fresquinho freguesia, é o sonho de nata, chocolate, ao creme e de goiabada... é o sonho freguesia”. Olha aqui, é um sonho por R$0,75 são seis sonhos por apenas R$4,00... E eu fico aqui, a pensar, porque meus sonhos são tão caros, se ali na esquina estão disponíveis a preço tão acessíveis, logo ali em que a vida é bela e o amor sorri?
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