Mosquito Aedes aegypti foi erradicado do Brasil na década de 50. Os países que enfrentam epidemias de dengue, como o Brasil, poderiam adotar o modelo de combate bem sucedido implantado por Cingapura, afirmam especialistas ouvidos pela BBC Brasil na Ásia. O país do sudeste asiático tem extensa rede de saneamento básico e cobra multas que variam entre US$ 66 e US$ 13,100 (R$114 a R$22.630) dos cidadãos que deixam água parada. Equipes de controle sanitário e oficiais fiscalizam permanentemente casas e prédios públicos para exterminar focos de reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Além disso, o país conta com um sistema computadorizado que mapeia em tempo real os pontos onde novos casos são registrados, o que permite que as rotas diárias de controle sanitário se centralizem nas áreas mais afetadas. “Cingapura tem o mais efetivo - talvez até o único realmente efetivo - sistema de controle de dengue” disse à BBC Brasil o professor Duane J. Gubler, diretor do centro de Medicina Tropical e Doenças Infecciosas da Universidade do Havaí. O especialista em doenças infecciosas de Hong Kong Dr. Lo Wing-lok concorda que o modelo de Cingapura é um bom exemplo de eficácia, pois reduziu em cerca de 78.6% os casos de contágio entre 2005 e 2006. Entre 2005 e 2006 os casos de dengue simples e hemorrágica por grupo de cem mil cidadãos caiu de 326.5 para 69.7, segundo dados do ministério da Saúde de Cingapura.
Epidemia na Ásia
Atualmente, no entanto, os países da Ásia enfrentam uma forte epidemia de dengue que tem aumentado o número de casos da doença em relação ao mesmo período do ano passado. A Tailândia registrou somente em janeiro 2.824 casos, um aumento expressivo em comparação aos 1.702 observados no mesmo período em 2007. Nos primeiros dois meses do ano, o Vietnã totalizou cerca de quatro mil vítimas de dengue, um aumento de 10% em comparação a janeiro e fevereiro do ano passado. Apesar de Cingapura ter um programa de combate a dengue considerado eficiente pelos especialistas, atualmente o país também enfrenta a mesma epidemia que afeta a região. No primeiro trimestre deste ano pelo menos 1.144 pessoas foram infectadas, segundo números do Ministério da Saúde de Cingapura. Isso está bem acima da média de 732 casos registrados no período de janeiro a março, entre 2003 e 2007.
Aquecimento global
Dr. Lo acredita que uma razão para a maior ocorrência de epidemias de dengue é o “aquecimento global”, pois as temperaturas mais altas favoreceriam a multiplicação dos mosquitos transmissores da doença. “Dengue é uma doença típica de países tropicais sub-desenvolvidos, mas nós observamos mais e mais casos em lugares ricos como Cingapura”, aponta Dr. Lo. Peter Cordingley, porta-voz do escritório regional da Organização Mundial de Saúde na Ásia também crê que o aumento do calor favorece o surgimento de epidemias de dengue.
“Temos visto a multiplicação de casos na Ásia e isso parece estar relacionado com o aquecimento global”, disse Cordingley.
Globalização
Entretanto essa teoria não é unânime entre os especialistas. O professor Gubler argumenta que ainda não há pesquisas que provem que o aumento de casos de dengue ocorre somente em decorrência da elevação da temperatura do planeta. Gubler explica que a tendência mundial é de que ocorrerão cada vez mais surtos de dengue, pois há fatores modernos que auxiliam a propagação da doença como, por exemplo, o crescimento populacional, a urbanização descontrolada e os grandes fluxos migratórios. “Dengue não tem nada a ver com aquecimento global, mas, sim, tudo a ver com globalização”, enfatizou Gubler. “Dizer que a causa é o aquecimento global é desculpa de político”, concluiu.
Além disso, o país conta com um sistema computadorizado que mapeia em tempo real os pontos onde novos casos são registrados, o que permite que as rotas diárias de controle sanitário se centralizem nas áreas mais afetadas. “Cingapura tem o mais efetivo - talvez até o único realmente efetivo - sistema de controle de dengue” disse à BBC Brasil o professor Duane J. Gubler, diretor do centro de Medicina Tropical e Doenças Infecciosas da Universidade do Havaí. O especialista em doenças infecciosas de Hong Kong Dr. Lo Wing-lok concorda que o modelo de Cingapura é um bom exemplo de eficácia, pois reduziu em cerca de 78.6% os casos de contágio entre 2005 e 2006. Entre 2005 e 2006 os casos de dengue simples e hemorrágica por grupo de cem mil cidadãos caiu de 326.5 para 69.7, segundo dados do ministério da Saúde de Cingapura.
Epidemia na Ásia
Atualmente, no entanto, os países da Ásia enfrentam uma forte epidemia de dengue que tem aumentado o número de casos da doença em relação ao mesmo período do ano passado. A Tailândia registrou somente em janeiro 2.824 casos, um aumento expressivo em comparação aos 1.702 observados no mesmo período em 2007. Nos primeiros dois meses do ano, o Vietnã totalizou cerca de quatro mil vítimas de dengue, um aumento de 10% em comparação a janeiro e fevereiro do ano passado. Apesar de Cingapura ter um programa de combate a dengue considerado eficiente pelos especialistas, atualmente o país também enfrenta a mesma epidemia que afeta a região. No primeiro trimestre deste ano pelo menos 1.144 pessoas foram infectadas, segundo números do Ministério da Saúde de Cingapura. Isso está bem acima da média de 732 casos registrados no período de janeiro a março, entre 2003 e 2007.
Aquecimento global
Dr. Lo acredita que uma razão para a maior ocorrência de epidemias de dengue é o “aquecimento global”, pois as temperaturas mais altas favoreceriam a multiplicação dos mosquitos transmissores da doença. “Dengue é uma doença típica de países tropicais sub-desenvolvidos, mas nós observamos mais e mais casos em lugares ricos como Cingapura”, aponta Dr. Lo. Peter Cordingley, porta-voz do escritório regional da Organização Mundial de Saúde na Ásia também crê que o aumento do calor favorece o surgimento de epidemias de dengue.
“Temos visto a multiplicação de casos na Ásia e isso parece estar relacionado com o aquecimento global”, disse Cordingley.
Globalização
Entretanto essa teoria não é unânime entre os especialistas. O professor Gubler argumenta que ainda não há pesquisas que provem que o aumento de casos de dengue ocorre somente em decorrência da elevação da temperatura do planeta. Gubler explica que a tendência mundial é de que ocorrerão cada vez mais surtos de dengue, pois há fatores modernos que auxiliam a propagação da doença como, por exemplo, o crescimento populacional, a urbanização descontrolada e os grandes fluxos migratórios. “Dengue não tem nada a ver com aquecimento global, mas, sim, tudo a ver com globalização”, enfatizou Gubler. “Dizer que a causa é o aquecimento global é desculpa de político”, concluiu.
Marina Wentzel de Hong Kong para a BBC Brasil
Um comentário:
Marchiori, só hoje visitei teu blog, parabéns, gostei!
O assunto "dengue" é meu maior interesse, aliás, este e outras patologias transmitidas por vetores. Esta desgraça faz milhares de vítimas anualmente, agora outro grave problema de saúde pública: leishmaniose!
Ernesto, acredito que você pertença a um dos ramos de minha família! Minha avó chamava-se Maria Didoné Marchiori...Responde, ok?
Postar um comentário