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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

AUSTRÁLIA - O Filme e o Continente



Excelente filme "Austrália", com Nicole Kidman e Hugh Jackman, muito cativante, um filmão. Belas interpretações, tem enredo, trama, história e uma "Fotografia magnífica". Tem belos cavalos, roubo de gado, cangurus vermelhos, romance doces, guerra sangrentas, ataques impiedosos dos japoneses com seus aviões Mitsubish Zero, filhos ilegítimos, tem aborígenes que sabem magias muito espertas, tem de tudo... tudo. Acho que o cinema é uma forma de viajar sem enfrentar atrasos nos aeroportos, voo com escalas complicadas, catering nada saborosos nem atraentes, pernas formigantes e outros inconvenientes das longas viagens. Mas, vamos viajar um pouco no mundo das idéias, o mundo da maionese, que eu tanto aprecio. Alguma vez, o amigo leitor, já imaginou que a Austrália fosse unida com a Antártida e se separaram definitivamente há 50 milhões de anos atrás ? Pois é, este divórcio litigioso durou 11 milhões de anos. No filme, observamos a paisagem onde a geologia predominante é de rochas sedimentares, os grande cânions, as amplas planícies. Nos cânions, as várias camadas sedimentares de cores diferentes, onde sequências bandadas com altos teores de óxido de Ferro se sucedem com camadas de teores mais baixos em Ferro e ricas em de óxido de Titânio, são registros de eras geológicas remotas. Se um dia, num futuro indeterminado, todo o gêlo da restante Antártida se derretesse, devido às mudanças climáticas, provávelmente restaria um continente muito similar à Austrália. Não sei se nos antigos alfarrábios de Darwin, ele deixou algumas anotações sobre a evolução das espécies no continente Australiano. Talvez uma metamorfose do Leões Marinho em Cangurus ou de alguns Pinguins em Ornitorrincos, Focas em Coalas, tudo é possivel na mente de Darwin. Em 11 milhões de anos pode acontecer muitas coisas, principalmente na passagem do gélido frio da Antártida ao tórrido calor da Austrália. Observe, atônito leitor, que a Geografia do grande Continente de Pangea, a posteriori Gondwanna, os contôrnos dos continentes Austrália e Antártida se encaixam de forma quase perfeita, de forma muito similar a África com a América do Sul, sim, já fomos muito mais unidos com os Africanos do que somos hoje em dia. Mas, a deriva dos continentes fez esta separação da África da América do Sul de forma inexorável, e continuamos se separando continuamente, uns 7 centímetros por ano, em média. Todavia, esta distância depois de 1 milhão de anos, será de 70 kilómetros, algo tangível, bastante mensurável. Estamos se afastando da África e comprimindo a placa tectônica de Nazca na Cordilheira dos Andes. São processos subducção que poderão fazer desaparecer cidades costeiras como das antigas civilizações de Atlântida e Lemúria. O leitor poderá fazer estas considerações e tirar a prova dos nove deste inusitado assunto. Na teoria da evolução das espécies tudo é possivel. Mas, o que me deixa bastante perplexo, é porque as pessoas se espantam, se afligem, se amofinam, se angustiam com as mudanças climáticas, é claro que o clima está mudando, sempre mudou, e continuará mudando no futuro. Já notei que as pessoas não gostam da teoria do caos, não apreciam o estudo da Entropia na Termodinâmica e torcem o nariz para a Física de modo geral. Todos desejam "Ordem e Permanência", onde predomina "Desordem e Transformações". Mas segundo o Lorde Kaynes, daqui a 100 anos todos nós estaremos mortos, então, por favor, não levem muito a sério as hipóteses aqui lançadas, talvez daqui um século tenhamos melhores respostas. Mas voltemos a teoria do caos. O Caos é o estado natural e final de todas as coisas. O que houve, nos últimos séculos, foi um excepcional período de estabilidade climática na Terra, algo muito atípico, com poucos acidentes ambientais naturais. Mas a longa história geológica da Terra é repleta de grandes terremotos, maremotos, tsunamis, vulcões em atividade, meteoros caindo em profusão, cometas de grande magnitude que arrancaram da Terra uma massa suficiente de rochas para formar a Lua, e deixou para trás, como uma grande cicatriz, a bacia do Pacífico. Eu, particularmente acredito que a razão da deriva dos continentes, deve-se à mudança dos polos magnéticos da Terra. Estas mudanças provocam estas separações e a posteriori junções. Quando ocorre a inversão do magnetismo terrestre, onde era o Norte passa a ser o Sul, e isso fica registrado em rochas metamórficas que tenham o mineral Magnetita em sua composição, há uma mudança de 180º na orientação dos cristais de magnetita. Agora, preste atenção sobre este fato, nada sabemos se este processo de inversão do magnetismo terrestre ocorre de forma muito suave, quase como uma dança, ao passo de uma valsa de Shubert , ou se é um violento rock'n'roll ao passo de um, digamos, Rock Around the Clock com Bill Haley e seus cometas, nada sabemos sobre isto, mas sabemos que estes fenômenos ocorreram. A Terra funciona como um dínamo onde a rotação diária no seu eixo e a translação anual ao redor do Sol fazem o temperatura do seu núcleo de Ferro e Níquel chegarem a uns 5000ºC, quente como o fogo do inferno, são temperaturas próximas às encontradas no Sol. É claro que não é uma órbita elíptica perfeita, nem a Terra tem forma esférica perfeita, é um geóide quase esférico, estas tensões e deformações, junto da atração da Lua fazem acontecer os fenômenos das marés, das erupções vulcânicas, e as atrições das rochas nos continentes, causando a inversão dos polos magnéticos da Terra, isto nota-se nas variações das bússolas em pontos isolados. Todas estas histórias já foram apresentadas, a formulação destas perguntas e muitas outras questões levaram à idealizações de diversas hipóteses. Muitas foram admitidas, tidas como definitivas, fizeram a fama de seus autores, outras foram em seguida contestadas, combatidas, mistificadas, abandonadas, ridicularizadas, glorificadas, para muitas vezes retornarem a dúvida e ao descrédito. As conclusões seguras a que este imenso esforço humano conduziu, formam a exceção. O fato é que a cada 10.000 anos o clima da Terra tem um enorme apagador que apaga quase todos os vestígios da superfície. A erosão, os processos supérgenos, aqueles que ocorrem nas superfícies terrestres, sob ação do sol, calor, frio, dilatação, retração, ventos, chuvas, raios, neves, ação micro-biológicas dos fungos e liquens, etc et all, apagam quase todos os vestígios da vida terrestre, por isso se baseamos em muitas suposições. E, para finalizar esta intrincada e pedregosa crônica, no filme achei maravilhoso o continente Australiano e os olhos azuis da Nicole Kiddman, são verdadeiras safiras que valem a pena ser vistos. O filme é mais ou menos igual a esta crônica.


Today's fortune: Good humour makes all things tolerable

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