Todos esses aparelhos trouxeram comodidade e diversão à humanidade, mas carregaram consigo um sério problema ambiental: os rejeitos da indústria eletrônica. Quem tem qualquer desses equipamentos já passou, ou vai passar, pelo dilema de não saber o que fazer com as baterias usadas ou as pilhas gastas. Hoje no Brasil deve ter algo em torno de 200 milhões de telefones celulares em uso, e fora de uso, nas sucatas, nas oficinas, que todas as baterias acabarão nos lixões. Vamos supor que cada bateria pese 60 gramas teremos uma carga química de 12000 toneladas de Lítio, Metal Hidreto, além das outras milhares de toneladas que contém Cádmio, Manganês, Zinco, Mercúrio entre outros metais pesados. Salvo os poucos brasileiros que vivem em cidades onde há coleta seletiva organizada, os demais têm duas opções: guardar o material tóxico dentro de casa ou jogá-lo no lixo e contaminar o meio ambiente, com o chorume e gases, sub produto da eluição dos lixões. (dicionário, rápido!)
Lojas e fabricantes sempre se negaram a dar um destino à sucata eletrônica. Agora, parece que finalmente as autoridades ambientais movimentáram-se para repassar o problema a quem o causou, ou seja, à indústria de eletroeletrônicos.
A resolução 257 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, o Conama, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente atribui às empresas a responsabilidade sobre o material tóxico que produzem. Além de informar nas embalagens que o produto não poderá ser jogado no lixo comum, os fabricantes e importadores serão obrigados a instalar postos de coleta para reciclagem ou confiná-lo em aterros especiais. As empresas que não seguirem as regras podem receber multa de até R$ 2 milhões, mas é preciso ver para crer. Pilhas e Baterias são Tóxicas, o perigo de lançar esses produtos na cesta de lixo é grande. Chumbo, Níquel, Cádmio, Zinco, Manganês, Mercúrio são metais pesados presentes no seu interior, que acabam contaminando o solo, lagos, rios e aqüíferos, chegando finalmente ao homem.
Se ingeridos estes elementos tóxicos podem causar males que vão da perda do olfato, da audição e da visão, até o enfraquecimento ósseo. Os materiais das pilhas e baterias de Lithium Metal Hidreto, não são biodegradáveis e mesmo que estas tenham baixa quantidade destes elementos tóxicos, podem prejudicar o meio ambiente, portanto a reciclagem sempre é a melhor saída. A quantidade de elementos tóxicos permitidos em cada produto já gerou muita polêmica entre governo e fabricantes, que produzem a formidável quantia de 900 milhões de pilhas ao ano. Segundo as empresas, por volta de 300 milhões delas são alcalinas, que não possuem metais pesados e podem ser descartadas no lixo doméstico. As indústrias garantem que as pilhas comuns também estão dentro do limite de toxicidade permitida. Porém, a base do crescimento sustentável passa pela química analítica, é necessário qualificar e quantificar estes elementos e seus compostos é preciso muito mais pesquisas neste setor. Entidades como a Capes, CNPq e a Fapesp deveriam fomentar bolsas de Mestrado e Doutorado para buscar rotas alternativas de utilização para estes metais, estudar o Ciclo Econômico destes Elementos no Meio Ambiente. Mas, isto tudo anda bem de vagar, bem de vagarinho, bem de mansinho como o samba do Martinho da Villa, é de vagar... Enquanto a lei não entra em vigor, as empresas estão se preparando. O Banco Real, (atualmente Banco Santander) fechou parceria com os Correios. O consumidor deverá ir a uma agência bancária e coloca as baterias de celular numa embalagem especial. A despesa de frete é paga pelo banco, que pretende enviar o material para ser re-processado no Brasil ou Exterior. Mas, o correto e o que a portaria estipula, é que cada empresa deverá dar o destino correto de seus produtos, as empresas fabricantes são responsáveis desde a prancheta de projetos até o descarte final dos seus produtos, em uma visão de eco-design e eco-services. Caso contrário, normalmente, estes programas começam com muito entusiasmo, mas acabam sendo negligenciados à medida que as dificuldades vão aparecendo ou por falta de adesão da população. Mas é preciso ver para crer. Clientes da empresa Motorola podem encaminhar as baterias aos postos autorizados, que remetem os produtos para reciclagem na França. O plástico das baterias é reaproveitado em outros produtos, como cestos de lixo e bandejas. Os elementos tóxicos das pilhas servem para produzir pigmentos e corantes especiais. Os metais pesados como Níquel, Cádmio e Chumbo, podem ser imobilizados na forma sólida como esmaltes e corantes cerâmicos, evitando que permaneçam no meio ambiente na sua nociva forma iônica. Outra maneira de imobilizar os íons dos metais pesados é através de cápsulas de cimento e de minerais argilosos. Como vimos, economia cíclica apresenta novas formas de geração de empregos e de riquezas, através da valoração dos materiais que são desperdiçados. A preservação do meio ambiente é garantida pela diminuição do lixo de forma sistêmica, o subproduto de uma empresa é a matéria prima de outra empresa.
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