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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A Mardita Cachaça ...

"The most merciful thing in the world, I think, is the inability of the human mind to correlate all its contents."

Hoje, 2 de setembro de 2009 continuaremos com a nossa luta inglória. Nesta vida paladina, tudo o que é bom vicia, o álcool que é consumido em demasia, pode levar à eterna anestesia. Desculpem se a rima saiu pobre, mas é a que tenho em mãos, embora hoje já tenha passado um spray de álcool etílico nestas mesmas mãos, para evitar a gripe suina que já foi gripe aviária.

Mas, tenho notado que o combate anti-tabagista tem sido intenso, com bons resultados. Todavia deveriamos mudar o front do combate. Temos o crack e os programas sociais, fizeram da Cracolândia um reduto dos mais requintados tocadores de jazz. O tráfico de cocaína tem sido combatido com tenacidade e rigor pela Polícia Federal, sem sombra de dúvidas.

Neste ponto do texto, é conveniente fazer uma pausa para a questão ortográfica da Lingua Portuguesa, a última Flôr do Láscio, segundo Pessoa. Usa-se a palavra 'Tráfico' sempre que se refererir à maconha, cocaína, crack, mulheres, piratarias, entre outras coisas que são traficadas. Agora 'Tráfego' é uma palavra indicativa de quantidade de movimento, usada para se referir aos carros sempre presos nos congestionamentos, aviões em overbooking, motos com moto-boys que arrancam os espelhos dos carros parados, locomotivas sucateadas e abandonadas que estão fora de tráfego. Mas, nada impede de alguém traficar uma mercadoria, num veículo que está preso num tráfego pesado, e vice versa, daí aonde a Rádio Patrulha entra em ação. Ficou bem claro, isto ?

Pois é, mas não é sobre Lingüistica (com trema, assim como lingüiça) o nosso assunto de hoje, é sobre o consumo excessivo de álcool etílico. Tenho notado os grandes esforços que a Rússia tem feito para que seus cidadãos tenham mais saúde ingerindo menos álcool. Os camaradas Dmitry Medvedev e Vladimir Putin, têm feito esforços notáveis contra o consumo excessivo de álcool, que na Russia é um sério problema de Saúde Pública, bebe-se demais naquelas estepes devido ao frio excessivo, e aqui no Brasil devido ao calor, também excessivo, nestes trópicos.

Todavia o consumo exagerado do álcool etílico anestesia os reflexos para se dirigir veículos, embora o incentivo ao consumo na TV, têm seus reclames com piadas infames. E, as responsabilidades ? Enfim, o vício do álcool, acaba virando um encargo bastante pesado para os serviços de saúde pública, o SUS. Este fenômeno social se reflete nas doenças mentais, cirrose hepática, doenças gástricas, e o abandono das responsabilidades sociais e familiares (sic).

Todos nós sabemos o quando é agradável tomar uma cerveja gelada, um vinho de boa qualidade, um fino whiskey on the rocks, uma vodca russa geladinha, entre tantas outras opções variadas. Ninguém é totalmente abstêmio (teetotaller) na vida. Enfrentar este capitalismo, sempre sóbrio, é uma tarefa árdua, mas não é impossível. Devemos ter uma auto crítica, de saber os nossos limites, para não ir derivando para a casa, e as vezes, acabar em perdas totais, inclusive da vida, de uma forma integral. Não sei se estas digressões são um problema de ordem matemática ou filosófica.


Acho estranho que a cana de açúcar possa produzir tantas coisas úteis, tantas riquezas, tais como a cachaça, o açúcar, o álcool para combustão: o Álcool Etílico (C2H5OH), hidratado e anidro, ou gel. Mas, não conseguem agregar valor nos salários da sofrida classe trabalhadora dos cortadores de cana. Isto é uma prova irrefutável que o capitalismo não tem compromisso algum com a qualidade de vida, com o meio ambiente, e nada mais... Somente com o objetivo da acumulação capitalista indefinida. Isso não faz sentido algum, a variável ambiental, que não pertencia aos alfarrábios do Karl Marx está aí, para quem quiser ver, e nada mais.


O fato, é que bebe-se muito, para fugir da realidade. Tudo começou com a revolução industrial, na Inglaterra. Nas poucas horas vagas da semana inglesa '9x5' (nove horas, cinco dias por semana) onde os operários ao sair das fábricas nas suas poucas horas de lazer, antes das reprimendas das mulheres, se encharcavam de gin barato, nos Pub das ruas enlameadas de Londres no final do século 19. Um bom motivo para reduzir o consumo da cachaça é a redução da jornada de trabalho das famigeradas 45 horas ou mais para 40 horas semanais, que estão sendo reclamadas justamente. Um momento : Este raciocínio não está torto, como o leitor possa imaginar. Os funcionários estão gastando muito tempo em congestionamentos (nasais e no tráfego in etinere), e o tempo restante para si e seus familiares, é mínimo, o que se pode fazer é emborcar uma cachaça anestésica e ir dormir, sonhar com uma vida melhor ...

Os ganhos de produtividade com as novas tecnologias já foram contabilizados, e são muito altos, está na hora de investir na qualidade de vida e no meio ambiente.

Semana passada, meu professor Belmiro Van der Rio Negro, 59, meu mestre de álgebra linear, cálculo diferencial e integral e funções de variáveis complexas, morreu de cirrose hepática e úlceras no duodeno. Estava bem magrinho, mal se alimentava, bebia todos os dias depois das aulas que eram ministradas com ardor e paixão etílicas, bebia aos garrafões. Nos feriados e finais de semana bebia o dia inteiro. Nós tínhamos uma amizade telepática, movida pelas paixões dos que sentem um estranho prazer, indescritível e incompreensível prazer, na solução de sistemas de equações simultâneas. Mas, Belmiro sempre tomava muita cachaça, steinhager, cervejas, vinhos entre cocktails, e outros que tais. Mas, entre todos estes fatos, minha felicidade vem do sentimento de que a eternidade sempre cede ao meu instante. Belmiro foi sepultado, está debaixo da campa de granito, mas o que importa é que amanhã, vou tomar o meu café da manhã. Somente os sóbrios e os sábios (sic), conseguem sobreviver e envelhecer, morrer cedo é para os jovens, que andam a 200km/h. Hoje em dia, a minha tocada é suave, tomo sucos, vitaminas e refris, quero viver muito, tenho muitos planos há serem desengavetados. E, preste atenção, meu amigo leitor, tudo o que é engraçado, tem uma verdade escondida. Uma vez mais, sinto muito a falta do professor Belmiro, meu querido mestre...
P.S. Now the nearest star is Navi Assel, Kensington Chelsea, paper Royal Boroughe of Kensington Chelsea, Pub Drayton Arms.

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