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quarta-feira, 2 de julho de 2008

Os combustíveis venenosos



Estimado Leitor


Hoje, 2 de Julho de 2008, Lua Nova, então renovaremos a nossa cruzada em defesa do meio ambiente. Não falarei mal dos nossos tempos, mas também não falarei bem, não há razões para isso. Quantos às ações, não basta terem sido vividas, teremos que falar sobre elas, marcar nossa referência na linha do tempo. Falaremos sobre a qualidade de nossos combustíveis. Muitos leitores podem ficar perplexos com a amplitude dos temas aqui relatados, todavia eles, de uma forma ou de outra, estão relacionado à Ecologia Urbana e afligem o nosso comezinho cotidiano. Falaremos da ganância de alguns proprietários de postos que adulteram nossos combustíveis para obter uma margem de lucro maior do que a obtida pelas vias legais, da decência e dos bons costumes. Neste aspecto, não vale aqui discutir se o Capitalismo é pior ou melhor do que o Socialismo, porque trataremos de um problema de Organização & Métodos. - Como aumentar a eficácia no combate desta atividade ilegal, que é um crime contra a economia popular ? Como sempre, iremos por partes. O meu primeiro trabalho como Engenheiro Químico, foi no INMETRO, em 1979 no setor de Fiscalização. O INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, é o orgão responsável em fiscalizar as mercadorias acondicionadas, inclusive os combustíveis. O teste com os Volumes Calibrados verifica-se uma bomba de Posto de Gasolina, se está colocando exatamente 20 litros ou 19,8 Litros nos tanques, são aferições volumétricas bastante simples de se fazer, e isto está relacionado à quantidade de combustível que é adquirido. Quanto à qualidade, se álcool, gasolina, óleo diesel, gás natural, e outros combustíveis que virão, cada um tem um procedimento normalizado pela ABNT para verificar sua qualidade. Como existe uma diferença significativa de preços entre eles, costuma-se batizar a gasolina com nafta, ou com solventes rafinados. O álcool anidro é molhado e passa a ser álcool hidratado. O álcool hidratado passa a ser mais hidratado ainda. A gasolina que já contém 26% de álcool anidro, passa a ter até 50% ou 60% de álcool, porque estamos com uma frota crescente de carros Total-Flex, então estas "misturas" que deveriam ser feitas com a consciência do consumidor, é feita nas tancagens, visando aumento dos lucros de forma ilegal e os veículos se ressentem destas misturas venenosas: Nas bombas injetoras dos veículos a diesel, ou bicos injetores que precisam de limpezas constantes e carburadores com altos consumos. Estes 26% de álcool que são oficialmente adicionados na Gasolina, é Álcool Anidro, - sem água -, se adicionar Álcool Hidratado, para aumentar os lucros finais, as moléculas do Álcool Anidro C2H5OH, vão sequestrar as moléculas de água disponíveis no Álcool Hidratado e serão depositadas no fundo do tanque do automóvel do consumidor. Mas, o problema atinge também o meio ambiente, e atenção leitor, este problema tende a piorar, devido aos preços crescentes e da falta de uma fiscalização eficaz. Em 1984, após o INMETRO trabalhei na ESSO Brasileira de Petróleo, e raramente havia problemas de adulteração nos combustíveis, e quando havia, as medidas eram muito rigorosas, inclusive a perda da bandeira. Naquele tempo estávamos ainda no regime militar e havia somente umas sete distribuidoras, os postos usavam as bandeiras da "BR", Ipiranga, Esso, Mobil, Shell, Texaco, Atlantic, e talvez mais algumas outras que tenha me esquecido. Na época o Conselho Nacional do Petróleo - o CNP - atuava dentro de cada Distribuidora de forma bastante rigorosa nos controles de "Cotas" e nas "Sobras e Faltas". Anos mais tarde, o CNP virou a ANP, a Agência Nacional do Petróleo. Todas os grandes tanques do Pool de Araucária, da REPAR no Paraná, administrado pela ESSO, eram diáriamente aferidos, dados contabilizados no computador, um IBM Mainframe 4341, sistema VMS, e a coisa funcionava muito bem. Sinceramente, não me lembro de escândalos de adulteração com esta freqüência que vivemos hoje. Mas, mutatis mutandis, hoje temos postos com mais de 300 bandeiras diferentes, o que teve o seu lado positivo na decentralização do setor na economia, mas por outro lado perdemos muito no Controle de Qualidade dos combustíveis. O INMETRO passou a ter grandes prédios, muito bonitos e muito mais burocratas trabalhando neles do que técnicos no campo, vistoriando os postos. As bombas de combustíveis que eram fabricadas pela empresa "Gilbarco", onde havia um cilindo transparente com duas esferas plásticas, uma vermelha outra verde, marcando o teor do álcool através da densidade, misteriosamente sumiram, saíram de linha, porque possibilitavam o cliente ver, através da densidade como estava a qualidade do álcool. O teste de proveta com um densímetro, também sumiu de vista. E na questão da gasolina,do diesel, querosene de aviação acho melhor pular este capítulo, tamanha complexidade que envolve o tema e normas da ANP e ABNT. A burocracia criou o "Auto de Infração" com direitos do proprietário recorrer juridicamente das multas aplicadas, e o que hoje se resolve inter-advogados, nos tempos militares eram chamadas as viaturas, muito escuras, as Veraneios Preta com listras Branca, e a situação começava realmente a escurecer para o lado do infrator. Mas, voltando a questão da poluição, quantas vezes olhamos no horizonte das grandes metrópoles brasileiras e enxergamos uma atmosfera muito escura, encardida de poeira e fumaças, o smog pairando sobre as cidades? A queima de combustíveis fósseis como a gasolina e o óleo diesel em grandes quantidades é a causadora deste resíduo da vida moderna que tanto aflige a população, principalmente durante o inverno, e com os combustíveis adulterados esta poluição é muito mais intensa, porque os catalisadores não vão funcionar da forma correta, que foram projetados. A poluição do ar, sem dúvidas, é a forma mais complexa de ser combatida e também a mais nociva. As grandes massas de poluentes gasosos que são continuamente adicionados à atmosfera podem causar danos ao homem e ao meio biótico, mesmo estando a muitos quilômetros das fontes poluidoras. A dispersão de gases como o CO, CO2, Cloro, Flúor, os CFC’s, os compostos Nitrogenados NOx, Ozônio, os sub produtos de combustão do lixo plástico como Dioxinas e Furanos, compostos halogenados, compostos orgânicos, além do CO2, causam o efeito estufa e aquela brisa encardida no horizonte chamada smog. Para o ar se tornar puro novamente, a reciclagem do ar ainda é um enigma a ser decifrado, mas sem dúvidas estamos aumentando a desordem do sistema, no sentido de Entropia . A solução para a poluição gasosa é trabalhar continuamente nas fontes poluentes para diminuir as emanações; uma vez lançados na atmosfera, os compostos poluentes demoram muito tempo para retornar à sua forma inócua. Os poluentes na fase gasosa deverão passar para a fase iônica no meio aquoso e, depois de muitas reações químicas, serão imobilizados como moléculas na forma sólida. Algumas reações são bastante lentas; moléculas que chegam a demorar muitos anos para se reciclar em subprodutos inócuos ao homem e ao meio ambiente. Estas reações podem ser aceleradas com a presença de catalisadores no sistema de descarga dos veículos. O catalisador tem a finalidade de transformar os gases tóxicos em moléculas inócuas ou menos nocivas ao meio ambiente. Os gases do escapamento dos motores a explosão contêm compostos tóxicos como o monóxido de carbono (CO), compostos nitrogenados (NOx) e outras moléculas residuais dos hidrocarbonetos mal queimados na câmara de combustão. Após a passagem destes gases pelo catalisador, uma câmara de cerâmica tratada com Molibdênio e elementos de Terras Raras, os gases serão convertidos em CO2, H2O e N2, . O dióxido de carbono, apesar de causar o efeito estufa, não é um gás tóxico como o monóxido de carbono; quanto ao vapor de água e o gás nitrogênio são moléculas inertes. Portanto o catalisador que equipa os veículos mais novos é de fundamental importância para melhorar a qualidade do ar nas cidades, fator que justifica utilizar os combustíveis conforme as especificações técnicas, as normas da ABNT e da Petrobrás que lidera o segmento, e tem responsabilidade quanto à qualidade e quantidade dos combustíveis, mas somente enquanto estiverem dentro das refinarias.

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