A madeira é matéria-prima fundamental para a indústria de papel e celulose, a indústria moveleira, da construção civil e também para a geração de energia em atividades como a panificação e a indústria cerâmica, entre outras aplicações. Além disto, os reflorestamentos tem influência direta no ciclo hidrológico, promove a estabilidade nos taludes nas encostas dos morros. Exerce proteção contra a ação dos ventos e diminuição da poluição sonora e atmosférica. Os reflorestamentos podem ser uma importante atividade produtiva e sustentável como política de assentamentos para o Movimento dos Sem Terra e como uma atividade para preservar as florestas naturais e recuperar as áreas que já foram degradadas. Os reflorestamentos têm a função de diminuir a poluição atmosférica através da descarbonização da atmosfera, absorvendo o dióxido de carbono e liberando o oxigênio, purificando o ar através da fotossíntese, absorvendo parte da poeira e dos sólidos em suspensão. Também absorve parte dos raios solares, melhorando o micro-clima com o sombreamento. As áreas reflorestadas promovem a melhoria da saúde física e mental da população e ambientação à permanência dos pássaros. No Brasil, segundo relatório O Estado do Mundo do Instituto Worldwatch , mais de 90% das emissões de CO2 são provenientes das queimadas das florestas. A floresta Amazônica tem um papel fundamental em fixar mais de 500 milhões de toneladas de CO2 a cada ano. Porém, a área devastada na Amazônia já equivale ao tamanho do território da França. Apesar de todas estas importâncias ambientais e sociais, o mau planejamento provocará escasseamento da madeira no Paraná e noutros Estados do Brasil. O consumo de madeira superará a capacidade de corte nas áreas de reflorestamento. A crise poderá se estender por até dez anos, causando prejuízos econômicos e sociais num setor que gera 150 mil empregos diretos somente no Estado do Paraná. O aumento de custos pode fazer com que muitas empresas fechem ou reduzam suas produções, com conseqüências imediatas para o nível de empregos no campo. A razão da escassez está na falta de Planejamento e de investimento de longo prazo. Entre 1987 e 1995, os governos federal e estadual reduziram os incentivos ao reflorestamento. Nesse período o consumo foi maior que o plantio, em 95 os incentivos voltaram. Naquela época, plantava-se uma árvore para cada três derrubadas, e já era possível prever um colapso na produção de madeira. Atualmente, no Paraná esta diferença já foi equacionada, cortam-se anualmente 28 mil hectares de área reflorestada enquanto que o plantio fica entre 34 mil e 40 mil hectares por ano. O problema consiste em que as novas áreas florestais precisam de um tempo para crescer que varia conforme a finalidade da madeira. O corte para a indústria moveleira pode ser feito de 15 a 20 anos após o plantio. Portanto, as árvores que começaram a ser plantadas depois de 95, só estarão prontas para o corte em 2010 e 2015. O único setor da economia que depende da madeira mas que não deverá ter problemas é a indústria de papel e celulose, uma árvore para ser transformada em papel precisa de apenas 6 anos de desenvolvimento. A indústria papeleira está bem preparada, estima-se que hoje 90% dos reflorestamentos da Região Sul do Brasil são de propriedade da indústria de papel. Atualmente, a área ocupada por reflorestamento no Paraná é de 570 mil hectares, onde o plantio de pinus corresponde a 80%, e outras madeiras somam apenas 8%. Segundo informações do Programa Nacional de Florestas PNF do Ministério de Meio Ambiente existe uma projeção de déficit da matéria-prima em todo o país na última década. O PNF foi criado em 2000. Hoje articula a política nacional de investimentos para o setor florestal, sendo que a expansão de áreas reflorestadas e o incentivo do uso sustentável das matas nativas foram considerados prioritários. Vale ressaltar nessa postagem do Blog "Ecologia Urbana" que a geração de empregos requer visão de longo prazo e um planejamento eficiente nas indústrias de base. Na Economia Cíclica, as atividades das indústrias madeireiras devem andar pari passu com as atividades de reflorestamentos, dentro de uma visão sistêmica.
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