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quarta-feira, 4 de março de 2009

Você quer ser um milionário ?

- Cada uma que aparece... Ouça a música "Money" do Pink Floyd, lendário álbum The Dark Side of the Moon, ainda é uma obra surpreendente, ouça enquanto meditamos sobre o dinheiro, a Índia e quem quer que seja um milionário, hoje em dia. Ficamos aqui pensando sobre a idolatria pelo dinheiro na Índia, leiloando os pertences do grande Mahatma Ghandi, tudo se transformando em dinheiro. O panteísmo secular indiano possui mais de 36 mil deuses, além da trindade mais forte e evidente do Hinduísmo, o supremo Brahma e seus filhos Shiva e Vishnu...Vamos analisar a música e alguns fatores da nova débàcle do capitalismo do século 21, muitas das respostas estão na sabedoria dos vedas contidas no Bhagavad-Gita, como ele é.

-Money, get away. Get a good job with more pay and you're O.K. Money it's gas Grab that cash with both hands and make a stash, new car, caviar, four star daydream, think I'll buy me a football team;

-Money get back l'm alright Jack keep your hand off my stack, Money is a hit, Don't give that do goody good bullshit l'm in the hi.fidelity first class travelling set, And l think need a Lear jet;

-Money it's a crime Share it fairly, but don't take a slice of my pie, money so they say; It's the root of all evil today. But if you ask for a rise it's no surprise that they're giving none away;


- Acompanharam a letra da música ?


O homem inventou duas coisas bem poderosas para serem idolatradas - Deus e o Dinheiro -, porém nestes últimos séculos somente o segundo, passou a ser lembrado. Existe até campanhas na Europa, na Itália e Inglaterra para incentivar o povo no ateismo de forma total e contumaz. Assim, o dólar norte americano com o lema "in god we trust" ficaria mais adequado aos tempos no lema "in gold we trust". Uma letrinha faz muita diferença nos significados, não é mesmo? Mas, sem mais trocadilhos, o tempo é de idolatria absoluta ao dinheiro. Uma coisa absurda, como conseqüência, criou-se uma sociedade de mercado. A economia de mercado levou a uma sociedade de mercado, hedonista, esnobe, pernóstica e principalmente muito boçal. O homem tem existido na terra por mais de cinco milhões de anos, vivendo como caçador e de catações de frutos silvestres, coquinhos, etc, por milhares de anos. Apenas há um milhão de anos iniciamos a agricultura com manejos sistemáticos. O arado de sílex aparece há uns 10 mil anos, só no final do período Neolítico, só.
O homem utilizou o escambo, o sistema de trocas, por um longo tempo até que apareceu uma moeda que facilitasse as transações, mas podemos afirmar que foi somente há uns duzentos anos atrás, que o dinheiro se tornou um valor estabilizado e tornou-se distribuído sobre uma grande área do planeta Terra. Coincidentemente no mesmo tempo, teve início a grande destruição ambiental, que coincide com a Revolução Industrial, o aumento da população e dos teores de CO2 na atmosfera e consequênte nas mudanças climáticas. As destruições ambientais tomaram escalas jamais vistas, escalas logarítmicas. Mas qual a função do dinheiro nesta dura agressão ambiental ? Novamente, vamos integrar por partes. O capitalismo por ser baseado em Sistemas Lineares é um modelo essencialmente instável, que vive em constantes crises e convulsões, ataques cardíacos, e quem desejar maiores detalhes das suas mazelas, deverá ler O Capital do Karl Marx (nova ortografia para o "Carlos Marques"), pois este assunto já está maceteado em demasia, já rendeu um déjà vú danado. Voltemos ao Poder do Dinheiro: No passado, a principal riqueza era os alimentos e a capacidade de se estocar alimentos era limitada, a logística tinha limites tecnológicos e monetários. Estes fatores mantiveram a população da Terra estável por milênios. Desde que inventaram o dinheiro, esta ordem foi subvertida, começaram a imprimir dinheiro, estocá-lo em pilhas infinitas. A impressão de valores ficou muito maior do que a geração de riquezas reais ou mesmo das riquezas plebéias (o trabalho!).
Mais tarde, com o advento da Internet, acelerou ainda mais o processo de trasferências irreais de valores, não há dinheiro nem valores de fato, apenas uma nuvem de elétrons aplicando e retirando dinheiro de bolsas de valores pelo mundo todo, e neste sentido o dinheiro ilegal, oriundo das engenhosas pirâmides, papéis duvidosos, do narcotráfico, dos roubos, do lenocínios, das falsificações acabou sendo misturado com o dinheiro legal da produção do comércio dos bens e serviços e artes. Uma coisa muito doida mesmo, que somente pode ser escrita desta forma. Uma vez que o dinheiro está globalmente distribuido, possibilita as pessoas adquirirem qualquer objeto de consumo em diferentes partes do mundo. Esse fenômeno acelera de forma fantástica o fenômeno da Entropia que já foi discutido amplamente neste Blog, e possivelmente mal compreendido pela maioria dos meus escassos leitores.
O amigo leitor poderá ver o que se pode fazer com a acumulação capitalista, o poderoso dinheiro, na música do Pink Floyd, o dinheiro permite desde comprar uma empada com mais azeitonas e camarões do que as habituais ou até mesmo um Lear Jet "brand new". Porém o consumismo exacerbado tem um prêço, alto, muito alto, o preço da existência da espécie humana.
O dinheiro é o todo poderoso. E tudo o que é muito poderoso também é perigoso. Nosso grande equívoco em relação ao todo poderoso dinheiro foi criar um sistema que permite o acumulo de riquezas de forma infinita, linear. Uma vez que a economia virtual tem se expandido infinitamente, uma vasta quantidade de dinheiro impresso , mais rapidamente do que a velocidade de recuperação dos recursos naturais e da biodiversidade. O ambiente tem a capacidade de se regenerar em muitos aspectos, desde que seja dado um tempo para isso. Com efeito, podemos observar nos reflorestamentos, se o plantio e o crescimento das árvores tiver uma velocidade maior do que o corte das florestas naturais e artificiais teremos florestas sustentáveis, caso contrário teremos desertificação, crises energéticas e em última análise, mudanças climáticas devido ao efeito estufa por falta de árvores para estabilizar o clima com a evapotranspiração, formação de nuvens e chuvas nas cabeceiras dos rios, é o ciclo das águas, são coisas da meteorologia, da física, que não se pode fugir destas realidades.
Uma vez que a economia nos Sistemas Lineares tende continuamente se expandir, crescer em velocidades maiores que a recuperação ambiental,estaremos destruindo a Terra de forma irreversível até um ponto final, um alvo que é a exaustão de todos os recursos naturais disponíveis. De fato, o capitalismo é um sistema autofágico, e para muitas civilizações passadas baseadas na economia monetarizada, entraram em colapso após uma grande expansão econômica. Caso da civilização pré-Colombiana dos Maias, na América Central, os Reis queriam construir muitos palácios, exigiam uma enorme fabricação de Cal, ainda não havia o Cimento, até destruirem completamente as florestas para alimentar os fornos de cal, com carvão vegetal, a civilização entrou em decadência, foram extintos por inanição, dentro dos seus enormes palácios, são histórias reais.
Uma possivel solução para se controlar os fluxos de capital seria a adoção de cartão de crédito de forma ampla e generalizada ao invés do dinheiro, e este crédito seria lastreado em bens e serviços, riquezas naturais que estariam disponíveis somente na quantidade préviamente estipulada pelo limite de crédito condicionado à algum tipo de atividade ou commoditie ambiental em caso de grandes montantes. Commodities ambientais seriam, água potável e seu tratamento, ar puro, terras agricultáveis, madeiras, minerais, serviços de reciclagens, metais e energia. entre outros. Por exemplo, se um milionário possui dinheiro para comprar um Laer-Jet, o seu "crédito" para aquisição somente estaria liberado se seus investimentos em madeiras (ou qualquer outro commoditie ambiental) já estivessem disponível para ser sacado, no caso as madeiras já estariam disponíveis para serem cortadas, após a sua maturidade atinjida de seis a oito anos e o seu limite de crédito seria elevado até o valor de um avião Lear-Jet. Caso contrário o capitalismo se torna totalmente insustentável, matemáticamente impossível. É preciso deixar bem claro neste parágrafo que existe um problema de cinética no capitalismo, o tempo de se ganhar uma dada quantia "x" na bolsa de valores é muito menor do que o tempo "y" de recompor uma floresta, um rio, purificar o ar contaminado, recuperar uma área degradada. A economia segue numa velocidade muito mais alta do que os commodities ambientais para se recuperarem, alguns como as biodiversidades nem se recuperam mais. A saída é o crédito lastreado em commodities ambientais e o estado estacionário defendido por Herman Daly, que veremos em outro momento. Por exemplo, vamos considerar uma hipotética empresa Concessionária de Energia Elétrica, com Usinas Hidroelétricas, tal qual a Copel ou a Cemig, são empresas bem administradas e lucrativas. Mas o fator de sustentabilidade do seu negócio, a venda de elétrons na forma de eletricidade, está intrinsecamente ligada à estabilidade do clima, é preciso chover nas cabeceiras dos rios para encher os reservatórios e fazer girar as turbinas com o seu potencial hidráulico, caso contrário, "NO WAY", usinas paradas, apagões, crises, licitações urgentes e caríssimas de Usinas Termoelétricas entre outras asneiras. Estas empresas precisam investir em reflorestamento, recuperar grandes áreas que já foram devastadas e dar uma ocupação para este pessoal do MST nos viveiros de mudas, nos plantios e manejos, com urgência. É preciso criar opções para esta gente toda e novas florestas para repôr as que foram destruidas, mas a preocupação maior tem sido a salvação dos Bancos quebrados, uma miríade de dinheiro para a salvação de Bancos. Hoje 4 de Março de Março de 2009, Lua Crescente e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama vem crescendo a ajuda aos Bancos, com mais 30 bilhões o grupo AIG American, poderosa seguradora que não estava assegurando nada de neres, ora pois, isso são bancos ou são tamboretes ? Segundo o pensamento indígena "Banco bom nunca quebra", já citava um índio Cherokee, sentado no seu tamborete inquebrável.

O Poema do Último Peixe...
(Pensamento Indígena)
Só depois das florestas destruídas
dos rios e mares poluídos
do último peixe morto
perceberemos então
que o dinheiro
não se come!

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